Fabí Machado

Fabí Machado Escritora

A primeira protagonista

Anne

Quando iniciei a escrita do meu primeiro livro, eu já sabia o enredo e a ambientação. Só tinha um problema: quem seriam os meus personagens? Na hora, por alguma razão, imaginei as características físicas e psicológicas dela, a minha primeira protagonista.

Ela seria uma mulher forte, criada por mulheres igualmente inspiradoras e acolhedoras e, que apesar das suas trajetórias, lutaram pelos seus sonhos. Em um ato egoísta (risos), transferi duas das minhas características para a Anne: a resiliência e a paixão pelas listas. Sim, eu não sobrevivo sem os meus planejamentos, mesmo quando o plano não sai como o esperado.

As pessoas ao seu redor não sabiam, mas ela tinha medo de tantas coisas…da viagem não ter sido como o esperado, dela não conseguir proteger a Dani, dela até passar mal longe de casa. Por isso, tanto controle que aos poucos, foi abrindo mão e desabrochando para o Mundo.

Ela voltou transformada e mesmo longe do Kaique, ela ficou com o coração tranquilo. Tenho a absoluta certeza de que ele sofreu bem mais por ela, viu? (rsrsrs) Para ela, aquele amor de verão a transformou porque ela viveu a experiência e tinha a noção de que levaria as suas vivências para o restante da sua vida, mesmo longe dele.

Bem diferente da Danielle… (essa é outra história)

Às vezes passo na frente da livraria da minha cidade que ambientei como a casa da Anne e fico olhando para lá. Se ela não fosse uma personagem, acho que gostaria de ter sido sua amiga. Olha, essa garota tem os melhores conselhos! E, pensar que foi lá, na porta da livraria que eles se reencontraram?

“Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Kai colocou dois dedos sobre os meus lábios, impedindo-me de continuar.
— Juro que eu tentei me manter longe, Lizzie. — Sorri quando ele disparou o apelido. — Mas, só consigo pensar em você. Eu acredito que nós podemos fazer dar certo. Vou realizar os meus sonhos, você irá realizar os seus, mas também teremos os nossos sonhos. Eu te amo, Anne! — Sem pensar, me joguei nos seus braços e nos beijamos mais uma vez.
— Eu te amo, meu Darcy — entoei como o mais belo verso.

Naquele instante, nós havíamos selado o nosso destino. Todos os sinais estavam lá, desde que eu havia me encantado pelo livro do Atacama. Quando a porta da livraria balançou, eu senti que o vento havia trocado para sul, trazendo arrepios na minha pele e naquele breve instante, os nossos olhos se encontraram, eu tive a certeza de que o restante da minha vida certamente seria ao lado dele”.

Eu realmente amo esta cena do livro!

Esse nunca foi o final da minha primeira protagonista. Quem leu o segundo livro, sabe que mesmo conquistando alguns dos seus sonhos, a “vida aconteceu” e veio uma gestação de alto risco. A trajetória dela me inspira, o que é muito estranho, já que as minhas inspirações e a convivência com muitas mulheres serviram para a sua criação.

Quem tiver o interesse em conhecer a história da Anne, ela foi eternizada como protagonista no livro “Sob o céu do Atacama” e como coadjuvante no livro “Depois do Atacama”.

Ah, essas mulheres da minha imaginação!

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